Amo pão. Não só pelo aroma e sabor peculiares, mas por tudo o que representa. É o mais completo alimento quando tratamos de sensações e emoções. E o mais democrático deles, afinal está presente no mundo inteiro. A incapacidade tê-lo à mesa traduz a mais absoluta miséria econômica e social.
Embora faça parte de minha história desde meu nascimento, a mistura mágica de farinha, água e fermento deixou a condição de coadjuvante e galgou degraus da fama em minha trajetória profissional, ao longo da última década. Eis que a especialista em SOPA DE LETRINHAS (sou jornalista de formação e coração) viu descortinar em sua frente a oportunidade de colocar a MÃO NA MASSA. Tudo por obra do acaso. Ou não.
Empresários do segmento de panificação davam seus primeiros passos em busca da QUALIDADE. A Padaria Estrela estava lá e fui chamada a colaborar em um dos encontros. O grupo era heterogêneo. Dezesseis empresas, múltiplos rostos e infinitas possibilidades. Acabei mergulhando de cabeça.
Mark up, insumos, padronização de processos, festivais, plano de ação são palavras que deixaram o dicionário para incorporar o meu vocabulário cotidiano. Juntaram-se a essas muitas outras que não posso deixar de mencionar: pesquisas de satisfação, avaliação de desempenho, oficinas técnicas. Com certeza a mais importante delas é PARTILHA.
O universo do pão propiciou-nos a troca de experiências. Com ela, a abertura de novos caminhos, a ampliação de horizontes. Padarias são sinônimo de empresas familiares. E foi como FAMÍLIAS que nos percebemos e atuamos. O grupo dos 4+1 estava formado. Aprendemos que o processo de busca de soluções é viável. Quando uma família se vê diante de outra que já avançou em uma área ainda nebulosa para ela, tem a percepção dos resultados possíveis e renova sua motivação para buscar resultados.
Ao dividirmos o PÃO, no sentido de tornar comum nossas práticas de trabalho, descobrimos que as nossas dificuldades não são exclusivas e construímos laços de solidariedade. Ingressamos no mundo da responsabilidade social e ambiental. Realizamos visitas técnicas. Promovemos seminários. Vamos a seminários e feiras. Trocamos receitas, impressões. Pensamos o segmento da panificação. Comprometemo-nos com ele. Isso é bom.
Se é BOM, combina com PÃO.
PS: Dedicado a Mario Medeiros, Ramiro Rodrigues, Francisco Molon, Maria do Carmo Molon, Gilberto Ponce Dias, Carlos Xavier e Paulo Frio, é claro!